Após nova solicitação da Fetranspor por um reajuste nas tarifas intermunicipais, o Departamento de Transportes Rodoviários (Detro) bateu o martelo e determinou reajuste de apenas 5% no valor das passagens, percentual bem abaixo dos 38,49% solicitados pelos representantes das empresas de ônibus. O último aumento, de 17,57%, havia sido concedido em julho de 2006. O percentual concedido também é inferior ao aumento do salário-mínimo no ano, que foi de 8,57%, e aos índices de inflação registrados no últimos 16 meses. Nesse período, o IGPM ficou em 7,68%, o INPC em 5,49% e o IPC em 5,08%.
As novas tarifas começam a ser praticadas no próximo dia 21, conforme determinado em portaria publicada pelo Detro. O vale-transporte continuará sendo aceito com o valor antigo até o fim do mês. O órgão também estabeleceu uma data-base para os próximos reajustes anuais, 1º de novembro. Em caso de aumento, as empresas terão que avisar à população sobre os novos valores com 10 dias de antecedência. Cabe ressaltar que o reajuste anual será sempre analisado pelo Detro, que pode ou não concedê-lo.
A data-base para o reajuste é uma vitória do governador Sérgio Cabral. Aumento só em 2008. O prazo para as empresas anunciarem os novos valores aos usuários também é fundamental. Não se pode aumentar o preço das passagens de um dia para o outro. As pessoas precisam se programar. O ideal seria não conceder reajuste, pois a melhor tarifa não é aquela de maior valor nominal, mas sim, aquela que a população pode pagar. A maior lucratividade não está nas altas tarifas, mas no maior número de passageiros. Entretanto, temos que considerar que o último aumento foi concedido há 16 meses e que o município do Rio, nos últimos anos, têm dado, em média, dois reajustes anuais, explicou Rogério Onofre.
Em abril, a Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor) entrou com processo no Detro, solicitando reajuste entre 22,42% e 38,49%. Tal pedido foi indeferido e arquivado. No último dia 9, a Fetranspor apresentou novo pedido de reajuste, argumentando que as tarifas estão defasadas, em função do aumento no custo dos insumos nos últimos 16 meses.
Como a Federação não especificou o percentual de reajuste, o Detro analisou o pedido e calculou o valor, considerando apenas a variação em dois itens da planilha: combustível e mão-de-obra, com base nos últimos dissídios dos sindicatos dos rodoviários. Os técnicos chegaram a um percentual de 5,88%. Mas, o presidente do órgão, Rogério Onofre, propôs ao secretário de Transportes, Julio Lopes, que o aumento fosse de apenas 5%. A recomendação foi aceita pelo secretário que publicou resolução autorizando o reajuste.
O valor pedido pela Fetranspor é inviável, a população não poderia pagar esses preços. Os empresários precisam entender a nova era que se iniciou com o governo Sérgio Cabral. Nosso objetivo é um serviço de qualidade e com preços acessíveis. Não podemos esquecer que houve um aumento no número de passageiros, em cerca de 15 milhões por mês, decorrente da intensificação das fiscalizações. Assim, consideramos o percentual de 5% suficiente para manter o equilíbrio econômico-financeiro das empresas, sem gerar um grande impacto para os trabalhadores. Essa é a nossa maior preocupação, afirmou Onofre.
O presidente do Detro lembrou, ainda, a prática de tarifas promocionais em diversas linhas, com reduções que variam de 30 a 40%. Somente na Região Metropolitana do estado, 22 empresas praticam descontos. De acordo com a portaria publicada pelo Detro, essas tarifas poderão ser reajustas no mesmo percentual aprovado para o aumento geral, sendo as empresas obrigadas a comunicar o novo valor com 10 dias de antecedência. Entretanto, o aumento não é obrigatório e a tarifa promocional pode ser mantida.
Postado por: Erro ao ler autor em 14/11/2007 10:34:04